
Os gregos da era clássica foram os responsáveis pela criação
da expressão Via Láctea, pois eles concebiam esta estrutura como um
‘Caminho de Leite’ que atravessava o Cosmos. Entre outros povos ela
recebeu as mais diversas denominações. Os primitivos que ocupam o Sul do
Pará, os Tembés, por exemplo, a batizaram de ‘Caminho da Anta’. Esta
via tem hoje uma idade avaliada entre treze e treze bilhões e 800
milhões de anos, embora este cálculo seja um tanto controvertido.
A visão atual
da Via Láctea, para a qual tem contribuído telescópios cada vez mais
avançados, desde o século XVII, é a de uma parte iluminada do Universo,
resultado da soma das luzes irradiadas por uma vasta quantidade de
astros. Quanto mais potente for o instrumento usado para visualizá-la,
maior será o número de estrelas percebidas individualmente nesta
estrutura cósmica.
Não é possível até nossos dias conhecer completamente a Via-Láctea,
pois, apesar de toda a moderna tecnologia espacial, ainda é difícil
perceber visualmente os recantos mais distantes deste corpo. Isto ocorre
porque há muita poeira ao longo deste ‘Caminho de Leite’, o que impede a
percepção nítida de seu interior.
Da Via-Láctea são bem conhecidas, portanto, sua extensão e as
coordenadas do Sol nesta vasta estrutura, dados estes que foram obtidos
há 80 anos. As pesquisas que resultaram nesta avaliação passam pela
observância dos pequenos globos estelares que estão localizados no
exterior desta galáxia.
Os estudiosos
determinaram também a localização do núcleo da Via-Láctea, o qual está
situado na constelação de Sagitário, a qual pode ser percebida
nitidamente no estado de Minas Gerais, em alguns momentos do ano. É
possível distinguir nesta área tanto nebulosas quanto grupos de
estrelas. Observando-se do ponto de vista do Sistema Solar do qual a Terra faz parte, pode-se encontrar nesta galáxia sua faixa mais luminosa.
Estruturalmente a Via-Láctea é composta por seis campos: núcleo,
bulbo central, disco, os braços espirais, o componente esférico e o
halo. A parte nuclear encontra-se no centro deste corpo, sob o formato
de uma esfera achatada, constituída por astros mais velhos, revelando
portanto um tom mais avermelhado se for comparada ao disco.
O bulbo, também uma esfera, está localizado em volta do núcleo; o
disco é o componente mais fácil de ser visualizado nesta galáxia; são
quatro os braços espirais, cada um deles assumindo uma cor diferente –
ciano, violeta, verde e rosa; o componente esférico é o resultado da
junção do núcleo e e do bulbo central, e só pode ser percebido
indiretamente; o halo, de formato circular, cinge o componente esférico e
é composto por partículas extremamente estimuladas por temperaturas
muito elevadas, e também por anãs vermelhas, anãs brancas e conjuntos
globulares.
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